Li há tempos um artigo sobre como se tornar um especialista numa determinada área.
A premissa básica não vem de um artigo de jornal, mas de um livro. Como não o li, não vou citá-lo, e em relação ao artigo, percebi depois que há um milhão de artigos sobre o tema… nenhuma fonte que valha a pena mencionar também. Espero não estar apenas a repetir o que todos dizem por aí, adicionando citações mais ou menos motivadoras (que é aparentemente para isso que esses artigos são usados).
É necessário praticar uma determinada coisa durante 10.000 horas para se chegar a ser um especialista nesse tema.
É necessário praticar uma determinada coisa durante 10.000 horas para se chegar a ser um especialista nesse tema. Seja escrever, desenhar, aprender um idioma, qualquer habilidade pode ser aprimorada a ponto de ser um “mestre” nessa matéria, se se dedicar o número necessário de horas a ela. É por isso que muitos dos «gurus» nalguma área começaram a praticá-la desde muito jovens. Penso em atletas como Serena Williams ou Tiger Woods, treinados pelos seus pais, ou artistas como Michael Jackson no canto e na dança, ou, é claro, Mozart, que já tocava piano nas maiores Cortes da Europa aos 5 anos de idade.
No caso dos escritores, por exemplo, representaria algo assim como o primeiro milhão de palavras. E isso são bastantes palavras, acreditem («As Almas Penadas de Liriethem» tem apenas 18.000 palavras, embora não saiba se deveria contá-las três vezes, já que fiz as três traduções também!)
É preciso ser-se muito crítico com o nosso próprio trabalho para que ele melhore, para que finalmente possa ser publicado, deixando esse primeiro milhão de palavras no escuro para que apenas o conteúdo «principal» seja visto. Mas será isso realmente verdade?
Não creio que as 10.000 horas sejam uma questão matemática e que, quando passamos a 9.999 e 59 segundos, sejamos, de repente, especialistas num tema. É preciso nutrir o escritor interior lendo outras obras, é preciso nutrir a paixão do pintor vendo exposições de outras obras, estudando sobre as diferentes correntes e movimentos artísticos; aprender uma língua nova também requer adquirir conhecimento da cultura do país ou países onde essa língua é falada… à prática leva à perfeição, mas há que investir outro tanto tempo noutras actividades que nos enriquecem como pessoas e como artistas para que o crescimento vá na direção certa.
Por esse motivo, recomendo que leiam mais de 10.000 horas… se não se tornar assim num bom escritor, será um mestre da literatura de qualquer maneira.
Continuem sempre a ler,